terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Fênix gélida

Deitada em minha cama
Com seus olhos a vibrar
Esperando aquela chama
Novamente nos domar

Sem pensamentos sobre o resto
Olhos nos olhos, pele na pele
Mas ora, que eu seja honesto
Não há pacto que aí não sele

Os lábios devoram o amor
Enquanto as pernas ameaçam tremor
Todo o corpo num só impulso:
Tornar-se um a todo custo.

Fogo e gelo éramos nós
Em eterna luta pela foz
Do rio crescente de nosso prazer
Que hora ou outra iria perecer

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Madrugada

Pálidos seios sobre o peito
Corpo que ao outro se une
Envolvidos por este incrível feito
Que aos ânimos selvagens mune

Entre línguas e carícias pela pele
Fogo é esfriado até que se gele
Meu corpo que queima por ti
E o teu que se contorce aqui

Quando ao teu ouvido palavras foram ditas
Mais reais que todas as outras lidas
Foi então que tive teu ser num instante
Envergando o corpo pelo prazer constante

Teus lábios todos por mim beijados
Carinhos que apenas eu sabia lhe fazer
Cada segundo te fazendo gemer
Durava mais quando estávamos calados

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Ressurreição

E um século depois
Ou ao menos parece ser
Ela ressurge pra me satisfazer
Como se ainda houvesse nós dois

Na gélida e cálida noite
O frio se enche de calor
Com as chamas do que chamei amor
Como estalos do chicote D'açoite

Ora, não mais nela deveria pensar
Suas memórias não deveriam existir
Muito menos nestas horas sair
Quando eu menos espero me lembrar

Doce sonho de amargura
Daqueles tempos qu'eu feliz era
Quando o futuro não me dava espera
Foi lá que conheci a minha cura