segunda-feira, 28 de maio de 2018

Norapaia

Do homem ao longe se vê agonia
A espera tortura morte fazia
Alma desperta areia rangia
Nota rota esquecido bipolar

Vejo Tejo corre e se esconde calote
Graceja briga dorme come morre
Ava espanca escapa de tudo pode
E nutre ventre feito luto escorre

E vive governa aguenta rei pobre
Nobre cerveja na mesa de porre
Fica desgraça regaça cachaça 
E apaga rasga se apega amassa

Viste virgem ofensa ave morta
Espera oferta não desperta agora
Hoje chora explora devora alerta
Ao peito ouve homem de agonia ele ora

domingo, 6 de maio de 2018

Vivo

Em meio à tempestade me veio uma visão
D'um ser tão perfeito que era puro coração
E notei donde estava, no corpo de tal ser
Eu era também ele, como pude perceber

Em casa grão d'areia eu vi existir
Parte minha, parte Dele, movendo em rio
Se transforma e se mantém, por infinito a fio
E em todo o Ser, todo ser pôde residir

Tempesta

Cada grão d'areia neste deserto
Sobre o qual pisei e ao qual aspirei
Fez a trilha desta vida, estou certo
E os montes é tempestades que superei

Não fosse por aspirar tais grãos,
jamais os teria sentido em minhas mãos
misturado ao sangue seco, sem água 
Símbolos do dos sofrimentos pelos quais passava

Não fosse o vento das temíveis tempestades
jamais teria eu conhecido as maldades
que a vida questão faz de ser repleta
enquanto das palavras continua predileta.

Se um dia urrei, amaldiçoei a existência
Ali percebi toda minha incompetência
Recorri ao Pai, rogando socorro
E Ele te trouxe, me fez erguer de novo