A voar pelos ares desta terra pode-se sentir a
pobreza penetrando o corpo.
O ar está impregnado, e a terra já a tem como característica.
Vejo as diferenças entre intocáveis nas ruas e
sacerdotes nos palácios.
A santidade dos que deixam suas vidas em prol de um
protesto para com os outros.
O silencio e a beleza dos templos nas altas
montanhas do Himalaia e os homens que ali jazem há tanto tempo quanto um humano
pode viver.
Vejo pessoas atrofiando de fome e sede,
Vejo os carniceiros tomarem posse de seus corpos,
pois até eles estão sedentos e famintos.
Vejo cultos a divindades estranhas e práticas de
canibalismo no Ganges.
Junto-me ao pranto dos que choram por suas perdas e
à luta daqueles que buscam igualdade.
Estes homens de inúmeros deuses e de almas santas,
Estes homens que protestam entregando suas vidas e
corpos para que se acabe o preconceito e a desigualdade.
Nesta terra santa e bela apenas o homem tem
defeito,
O defeito de se julgar superior.
Que o vento me leve, mas me falta algo a fazer
aqui. Que ele me faça voltar então.
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