quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Vento Indiano

A voar pelos ares desta terra pode-se sentir a pobreza penetrando o corpo.
O ar está impregnado, e a terra já a tem como característica.
Vejo as diferenças entre intocáveis nas ruas e sacerdotes nos palácios.
A santidade dos que deixam suas vidas em prol de um protesto para com os outros.
O silencio e a beleza dos templos nas altas montanhas do Himalaia e os homens que ali jazem há tanto tempo quanto um humano pode viver.
Vejo pessoas atrofiando de fome e sede,
Vejo os carniceiros tomarem posse de seus corpos, pois até eles estão sedentos e famintos.
Vejo cultos a divindades estranhas e práticas de canibalismo no Ganges.
Junto-me ao pranto dos que choram por suas perdas e à luta daqueles que buscam igualdade.
Estes homens de inúmeros deuses e de almas santas,
Estes homens que protestam entregando suas vidas e corpos para que se acabe o preconceito e a desigualdade.
Nesta terra santa e bela apenas o homem tem defeito,
O defeito de se julgar superior.
Que o vento me leve, mas me falta algo a fazer aqui. Que ele me faça voltar então.


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