domingo, 24 de novembro de 2019

De volta aos Campos

Em meio aos cadáveres eu danço
Movo os músculos que eles não podem
Vivo a vida que eles escondem
E me deixo levar pelo rio manso

Os corpos dilacerados ao meu redor
Dormem torturados, mexidos, acabados
Sequer na morte se livraram da dor
E, agora, nos campos de ferro estão deitados

E eu danço, penso, canso
E seus corpos jazem lá
Estudados por anos e anos

E um dia serei eu, rá!
Mas os campos de ferro não estão nos meus planos
Só espero aproveitar o lado de cá.

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