segunda-feira, 17 de abril de 2017

Prisioneiros

Desde o nascimento o cárcere está presente. Ligados ao útero sem opção, pois a sobrevivência depende disso. O primeiro respirar é a algema que nos prende pelo resto da vida, uma prisão maior, mas ainda uma prisão.
A cada dia se torna pior e a cada dia mais correntes se enrolam e apertam. E o carcereiro é a própria vida que açoita os homens com o chicote do tempo. Homens que se libertam tornam-se moribundos, pois fora do cárcere nada mais há.
Infelizmente assim pensam os homens, pois, ao olhar pelas janelas de ferro não veem além. Uns poucos roubam as chaves e fogem; menos ainda conseguem verdadeiramente ser livres.
As chaves somos nós, só os que percebem tal coisa escapam. Enquanto não abrirmos os olhos, os açoites da vida continuarão a nos sangrar e a nos deixar marcados. Muitos abrem os olhos apenas na morte, mas então já é tarde demais.

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