Desde o nascimento o cárcere está presente. Ligados ao útero
sem opção, pois a sobrevivência depende disso. O primeiro respirar é a algema
que nos prende pelo resto da vida, uma prisão maior, mas ainda uma prisão.
A cada dia se torna pior e a cada dia mais correntes se
enrolam e apertam. E o carcereiro é a própria vida que açoita os homens com o
chicote do tempo. Homens que se libertam tornam-se moribundos, pois fora do
cárcere nada mais há.
Infelizmente assim pensam os homens, pois, ao olhar pelas
janelas de ferro não veem além. Uns poucos roubam as chaves e fogem; menos
ainda conseguem verdadeiramente ser livres.
As chaves somos nós, só os que percebem tal coisa escapam.
Enquanto não abrirmos os olhos, os açoites da vida continuarão a nos sangrar e
a nos deixar marcados. Muitos abrem os olhos apenas na morte, mas então já é
tarde demais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário