quinta-feira, 17 de outubro de 2019

XXII

E, ainda que o tempo escorra por suas mãos, ela sorri.
Aquilo que a mantém viva é também o que a leva para seu fim.
Aprendeu a ignorar a vida que esvai pouco a pouco de si enquanto aproveita o que lhe resta.
Afinal, quem haverá de viver pensando na morte? Quem quereria sonhar apenas desejando o despertar?
Assim vivemos e assim morremos. Sem saber quando será o último respirar, nem lembrar quando foi o primeiro. Presos ao sonho sem esperar que acabe, ainda que sabendo do inevitável despertar.

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