quinta-feira, 17 de outubro de 2019

XXIV

Eu alimento minha escuridão, sim...
Porque afinal é como se tu tivesse no teu peito um dragão que tá criando desde bebê
Ele cresce e aprende a incendiar
E nos teus ataques de raiva tu acaba queimando junto
Ele precisa se alimentar de algo
E no fim se tu não der o alimento ele acaba te comendo
E o pior é que cada vez mais ele cresce
É alimentado de qualquer forma, simplesmente vai se desenvolvendo
Seu fogo aumenta, ele vai aprendendo a explodir, vai se alimentando de tudo que você dá
E você tem que crescer mais do que ele ou acaba sendo dominado
Ele aprende a falar e sussurra na tua alma a escuridão que o preenche
Eai tu vai e tranca ele, prende ao chão, soterra e enche de pedra em cima
Pensa que isso vai resolver
Mas esse chão também é tu, cara
E a fera te devora pouco à pouco sem q vc se de conta
Porque tu finge que ela não existe
Mas você tá ligado que essa tua vontade de pular, esse teu impulso de matar, é tudo parte desse demônio que cresce
Tem que aprender a controlar, conviver
Não adianta fingir que não tá aí, parceiro.
Essa escuridão acaba consumindo tua alma se não tiver nada mais pra consumir
Tlg que suas emoções vão se esvaindo né
Então vê se dá um jeito de crescer
Alimenta o demônio e faz dele tua cria de estimação
Não deixa te devorar, irmão... porque ele também não quer isso
Ele também é parte de ti
Sabe que esse Deus em tu ainda equilibra a coisa toda
Mas nem todo choro do mundo pode apagar a ira de um assassino

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