terça-feira, 7 de agosto de 2018

Em guia

Desde os tempos da aventura
De uma vida regada à loucura
Sou eu meu próprio carrasco
Que se impõe contra o duro casco

Costumo ferir qualquer que venha a me amar
Não sei de onde veio essa sina de desgraça
Mato, espanto, fujo, me abrigo
Corro do amor como a noite foge do sol
Na aurora de cada nova mulher nunca me deixo estar
Mas no ocaso torno a retornar
E então vejo ao longe a luz aos poucos se apagar
E novamente me encontro sozinho
Com a lembrança da Luz a brilhar
Refletida no grande satélite natural
Mas eu estou sozinho imerso em minha própria solidão
Enquanto brilha o reflexo do futuro que não mais terei
E brilham as luzes dos fantasmas d'outrora
Dos muitos amores já há muito mortos
Dos filhos que jamais nascerão
Das vidas que escolhi jamais viver
Das escolhas que é acho sacrificar
Dos sacrifícios que preferi escolher

Nenhum comentário:

Postar um comentário